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O AMIGO QUE PRECISAMOS

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Geraldo trabalhava na PRF desde que passara no concurso e tomara posse no cargo. O trabalho nem sempre lhe trazia realização pessoal, mas segundo a maioria, era um ótimo emprego, ganhava-se bem e não requeria grande esforço, era o que podia dizer baseando-se em seu prójprio cotidiano. Mas hoje em especial levantou-se animado, com desejo de pôr-se na estrada e colocar o coração dedicando-se ao trabalho com satisfação. Pela manhã, depois de um café satisfatório, patrulha uma rodovia federal que corta Minas Gerais, o estado com a maior malha viária do Brasil e onde muitos acidentes automobilísticos acontecem. Havia chovido muito na tarde do dia anterior e a pista ainda estava um pouco húmida, quando seu carro acabou de fazer uma curva mais acentuada, avistou uma pessoa a movimentar os braços como a pedir que ele parasse para ajudar. Geraldo imediatamente para o carro, desce rapidamente   e se aproxima. Assusta-se com a aparência da mulher que extremamente pálida, com a roupa ensangu

Novo Mundo

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Quero passarinhos Cantando em minha alma, Quero cachoeiras  De águas límpidas em meu quintal, Quero chuva miudinha pingando tranquila em meu telhado. Quero raios de sol, energia vibratória Entrando pela réstia da janela. Quero o amor inundando os corações dos povos. Quero os irmãos repartindo o pão Quero o respeito à liberdade Quero compaixão, marejando Olhos, preenchendo coração Quero alegria de nos reconhecermos fraternos Unidos da teia cósmica,  fluidos e fótons que nos permeiam... Quero a PAZ.

Artigo publicado na Revista Com Censo

A pandemia e a formação integral: perspectivas para a Educação Ana Maria Nogueira Oliveira Instituto Brasileiro de Museus Resumo O presente artigo apresenta algumas situações que foram explicitadas durante a pandemia e que têm relação com o processo educacional. Essas situações, algumas problemáticas, já existiam antes, porém não se dava a elas a relevância necessária, sempre foram negligenciadas, isto por diversas razões. Entretanto, com a pandemia, essas situações demandam soluções urgentes e necessárias para a continuidade do ensino. Além disso, apresenta, como exemplo para a análise da relação da educação com a realidade, o problema da disseminação de notícias falsas, o qual nos remete a dois problemas da educação: a dificuldade de interpretação e a não consciência do senso do dever. O texto explicita a necessidade de um novo foco para a educação: do conteúdo para a formação integral do educando. Para a discussão, o artigo considera os conceitos de leitura de mundo e imperativos hi

Refletindo Sobre o Jaleco Pesado

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    Hoje fui fazer uma radiografia dentária e pensei muito na morte. Calma pessoal! Antes que um abusado fale que a pandemia está acarretando sérios danos às minhas funções neurológicas, gostaria de explicar. Isto não quer dizer que o vírus não tenha nos afetado, em nosso equilíbrio! Colocou a todos para olharem-se! Ele nos fez repensar em nossos valores, em como estávamos gastando nosso tempo e em o que realmente importa na vida. Mas isso é assunto para outro dia, voltemos aos dentes, ou melhor, à radiografia! Primeiro, tenho que esclarecer que tipo de radiografia era. Não fui fazer uma radiografia qualquer, simples, de um dente só, não. Fui fazer uma radiografia panorâmica aquela em que podem ver toda a sua vida representada no histórico de seus dentes. As ausências, as perdas e a resiliência de alguns. Tudo que é perfeitamente normal que aconteça na vida de reles mortais. Quando cheguei e entrei na sala de radiografia fiquei surpreendida como o aparelho de raio X, muito mais m

JUNG E A EDUCAÇÃO

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Com o desenvolvimento vertiginoso da tecnologia que acarretou   a democratização da internet e o acesso à informação , torna-se evidente que o foco da educação formal não deva ser mais simplesmente a transmissão de conteúdos, mas   o desenvolvimento do ser humano que possibilite uma formação mais profunda e o capacite para a vida. Em seu artigo, publicado pela primeira vez em 1928,   intitulado A importância da psicologia analítica para a educação [1] Carl Gustav Jung já mencionava a necessidade dessa mudança de paradigma a qual prepararia a criança para a vivência no mundo. Com o equilíbrio psicológico advindo de uma educação formadora, ela poderia melhor conhecer-se e assim, melhor relacionar-se no convívio social. Segundo ele “a finalidade dessa educação é conduzir a criança para o mundo mais amplo e dessa forma completar a educação dada pelos pais. (Jung, 1972). A mudança de paradigma ainda é mais urgente nos dias atuais pois, a sociedade atual apresenta novas demand

O EFÊMERO E O ETERNO

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O balanço range, mas o ramo não verga.   O rosto passa, ora na sombra, ora no sol. Um cheiro de umidade e de luz. Orvalho por cima das violetas. Lesmas por baixo das folhas. Fogem lagartixas pelos tijolos. Uma cigarra desabrocha fogo, de repente, sobre a resina dos cajueiros. Passam borboletas brancas em grupos: ramos de flores voando . A vida vibra. Posso sentir-lhe a pulsação neste trecho de Olhinhos de Gato . A cena está diante de nós com todos os detalhes, vibrando ao mesmo tempo. As cores, os movimentos, os bichos tomam nossos sentidos de tal forma que nos sentimos lá, nesse mundo encantado, repleto de vida, beleza e poesia. Assim é o livro Olhinhos de Gato de Cecília Meireles. Em um primeiro momento, o livro pode parecer uma história infantil, principalmente porque a escritora dedicou-se a essa categoria literária. Entretanto, é um livro que reflete sobre assuntos difíceis como a morte, memórias e família. Seu encanto é justamente tratar temas tão difíceis, de mane

SÁBADO

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Sábado tinha magia. Não era nem domingo, com sua apatia e nem dia de semana com feira, que significava vida que segue. Era um dia especial. Domingo era um dia morno, em que, além da missa nada acontecia. Era dia de preguiça, dia ver televisão de 14 polegadas, azul que ficava na sala, em cima de móvel vermelho, com divisões de vidro onde sua mãe guardava suas louças de chá. A bem da verdade, nunca tomaram chá naquelas coisas. No máximo, sua mãe servia café nas xícaras, quando recebiam visitas. O chá que tomavam lá, era de mercurina ou de chapéu de couro para fazer desaparecerem as perebas das pernas e “purificar o sangue”. Sua mãe possuía um exemplar do livro As Plantas Curam . O que me faz supor que esse costume tenha vindo do seu avô materno, pois ele era curandeiro popular. Sua vida provocou em Joana Carolina um profundo encantamento quando soube, através dos parentes, que ele não só ia às casas das pessoas trabalhando para a cura delas, mas também as levava para sua própr